quarta-feira, 27 de abril de 2016

Jardim vertical em casa! Aprenda a construir o seu



Todos sabemos que nossas cidades cresceram de forma desordenada. Da mesma forma, em nossas casas, é comum também querermos ocupar com área construída cada centímetro quadrado do terreno, mesmo que isto desrespeite a lei de uso e ocupação do solo de sua cidade e pior, mesmo que isso intensifique ainda mais os problemas ambientais do planeta. Sim! Todos temos responsabilidades ambientais e muitas vezes, infelizmente, as negligenciamos.

Autor desconhecido, foto retirada da Internet
Uma ação da prefeitura de São Paulo pretende impulsionar a utilização das empenas cegas de grandes prédios para resolver problemas ambientais, como compensação (TAC-Termos de ajuste de conduta) das incorporadoras por exemplo. Segundo os técnicos, além de melhorar a paisagem urbana, os jardins são capazes de contribuir na filtragem da poluição do ar, reduzindo em até 30%, e diminuem em até 7ºC a sensação térmica do edifício onde estão instalados, além de beneficiar também o seu entorno. As plantas auxiliam também no controle da umidade e representam uma significativa barreira acústica. Os pássaros também agradecem!

Mas isso não funciona somente em grandes prédios ou áreas públicas. Em casa também podemos e devemos ajudar o meio ambiente. Sabe aquela plantinha no vaso? Ela também, mesmo que de forma muito modesta, contribui para o microclima e de quebra ajuda pacas na decoração do ambiente.

E não cabe desculpas esfarrapadas para dizer que não tem espaço no seu apartamento ou que não tem tempo para cuidar das plantas. Hoje, no mercado, existem tecnologias muito esguias e práticas, logo, cabem em qualquer canto e exigem tempo mínimo de cuidado.

Tantas vezes quanto foi possível, em nossos projetos, utilizamos estes recursos na composição dos ambientes. O jardim vertical, estrela do nosso blog hoje, além das relevantes contribuições microclimáticas, já que na maioria das cidades espaços para ajardinamento são escassos, tem também um apelo estético muito interessante e pode, se utilizado de maneira inteligente, agregar muito ao espaço. Se ainda não conhece, neste modelo, uma estrutura é afixada em muros, paredes ou empenas cegas, e possibilita o plantio de vegetações. Pode ser utilizado em locais internos e externos.

No case de hoje utilizamos uma estrutura mais rígida, resistente e definitiva, por se tratar de elemento integrante da arquitetura e pensado ainda na fase do projeto. Mas isso não é regra! Existem modelos plásticos ou aramados no mercado caso queira implantar o sistema em alguma parede existente, isso é totalmente possível! Neste projeto, as peças são produzidas em cerâmica e, na obra, assentadas com argamassa convencional, como se fossem blocos de alvenaria comum.

Lembra que falamos a pouco que os jardins podem ser bastante esguios? Aqui, apenas 19 cm de largura compõe o cocho para plantio, a largura final vai depender do tipo de vegetação escolhida. O fabricante afirma que o peso por m² é de aproximadamente 120 kg depois de finalizado (assentado e plantado). Atenção! Isso deve ser considerado e em caso de dúvida consultar um profissional é sempre bom, caso contrário você poderá sobrecarregar a estrutura existente, ok?!

Veja o passo a passo para a construção de um jardim vertical.



Escolha o local, e qual espécie será plantada em decorrência da quantidade de sol e sombra. Uma dica importante, além da incidência de luz, é verificar se gostam de água em abundância ou se preferem a terra mais seca. Misturar quem gosta de muita água com outras que nem tanto pode dar bastante problema. Isto é fundamental para o sucesso do seu jardim.

Neste projeto usamos:


a .Peperomia Filodentro
b. Samambaia Americana
c. Véu de Noiva
d. Lambari Roxoe. Planta Batom
f.  Peixinho
g. Aspargo pendenteh. 
h. Cacto Macarão.









Chegou a hora de construir o jardim. A instalação deve atender os princípios básicos de alvenaria, ou seja, se faz necessária a utilização de argamassa flexível para seu assentamento, e deve ser feito através de amarração, utilizando-se para isso, a meia peça. Na parte interna, onde será colocado o substrato e posteriormente as mudas é necessário fazer a impermeabilização. 

Você tem que prever um sistema de irrigação e drenagem para sua praticidade. Neste projeto um registro abre um sistema por gotejamento em todos os cochos. No momento do assentamento deixar uma inclinação de 1 a 2% também ajuda na drenagem.

Irrigação Green Wall Ceramic by Pitanga Comunicação
Antes de colocar definitivamente as mudas é aconselhável colocar uma fina camada de cinasita (argila expandida) e uma manta geotêxtil (bidin) antes do substrato. No cálculo deste lembrar que as mudas também vêm com volume considerável de terra (não convém retirar totalmente para a planta sentir o mínimo possível). 

 Use a imaginação! As plantas podem formar desenhos lindos depois de crescidas.




Bom plantio e boa sorte!

terça-feira, 19 de abril de 2016

Vale a pena reformar? 5 pontos a pensar antes de iniciar uma reforma.

Perceber a casa como um objeto construído que tem valor econômico, e que é capaz de nos prover proteção não é difícil, certo?!  Já em uma análise um pouco mais complexa, quando integramos a estes valores mais sensíveis as condições mais pessoais, menos claras mas não menos importantes, como memórias, imagens e rotinas quotidianas na vivência familiar, a este reflexo ecoando nos ambientes concretos da casa pressentimos as evidências de um Lar.
O problema é que nem sempre encontramos um local pronto para morar que transmita todas estas sensações ou nos possibilite nossas experiências. Então temos a casa, mas não o lar.


Le Corbusier, era um arquiteto franco-suiço que se tornou uma das figuras mais importantes da arquitetura no século XX, já dizia: “O lar deve ser o tesouro da vida.” Então mesmo que você goste dos quartos mas da cozinha não. Ou goste muito do jardim mas não vê outra alternativa senão transformá-lo em um estacionamento para seu carro. Ou ainda, e na maior parte das vezes, se nem consegue identificar o porquê de um incômodo presente todas as vezes que está em casa, está na hora de fazer sua “Casa” virar um “Lar”.



Uma alternativa é sem dúvida a reforma. Talvez este seja um dos sonhos mais recorrentes a todos. Quem não quer ter seu canto bem arrumado, com visual bacana e organizado? E mais do que isso... todos queremos que nossa casa se torne evidentemente nosso lar com nossas características e que reflita nossas qualidades, cultura e essência. Uma pesquisa realizada pelo instituto de pesquisa data Popular, realizada com 3500 consumidores em 153 municípios do Brasil, estima que 78% pretendem reformar a casa em 2016.
Mas vale a pena reformar? O investimento contribui para valorizar o imóvel? Qual a melhor forma de não perder dinheiro?
Quando recebo clientes aqui no escritório percebo que esta é uma preocupação recorrente. Mesmo precisando ou querendo muito fazer uma reforma, estão principalmente preocupados em não obter o devido retorno, no futuro, com relação ao investimento necessário para a renovação do espaço.
Então, vale pensar sob alguns pontos de vista antes de tomar a decisão.

UM

Se você pretende viver por um longo período no local, muito provavelmente o seu investimento, diluído pelo tempo, valerá a pena! É comum porém almejar, para o futuro, novos espaços em melhor localização ou com tamanho maior. Neste caso o investimento deve ser proporcional ao período que pretende ficar no imóvel. Vale lembrar que o investimento para o bem estar e conforto dos moradores deve ser considerado sempre!

DOIS 

O quanto de retorno você terá na hora de vender seu imóvel reformado é relativo, depende de diversos fatores. O gosto do comprador e a demanda pelo o que foi reformado é algo que devemos considerar. Por isso vale pensar em possibilidades de tornar reversível algumas das alterações praticadas durante a reforma ou se valer de métodos construtivos que garantam certa reversibilidade no que foi executado. Desta forma se o comprador não gostar das suas intervenções na casa ou no apartamento poderá desfazê-las sem tanto custo ou sem ter que refazer uma grande obra.

TRÊS 


Sim! A reforma agrega valor ao imóvel. No geral, imóveis reformados tem maior poder de venda. Em uma matéria publicada pela folha de São Paulo no caderno Mercado, consultores de imobiliárias exemplificaram que apartamentos iguais em estado de conservação desigual tem oscilação de até 30% na hora da venda. Mas cuidado, as personalizações excessivas podem afastar um potencial comprador para seu imóvel no futuro. Se gosta de acabamentos mais marcantes opte pelo papel de parede ou pela pintura, ambas podem ser facilmente modificadas.

QUATRO 


Convém sempre o planejamento antes de iniciar a obra! É comum escutarmos por aí que obra nunca tem fim, mas isso só acontece se o escopo não for claro, e se existir, este deve ser tratado com certo rigor durante o processo. Caso contrário é evidente que as atividades do pedreiro se prolongarão dia após dia. Fazer orçamentos antes do início é fundamental. Avaliar a capacidade de comprometimento da sua renda com a obra é tão importante quanto orçar materiais e mão de obra. E cuidado com as pegadinhas... nem sempre o material o mais barato tem um custo benefício bacana. E é importante verificar, antes de adquirir qualquer item, ainda que pareça muito vantajoso na prateleira, o valor de sua mão de obra para instalação.  Estudar as formas de pagamento também pode trazer benefícios e economia para sua reforma.

CINCO


Consulte um profissional. O Arquiteto certamente transformará as suas vontades e anseios em soluções. Segundo o CAU, Conselho de Arquitetura e Urbanismo, “É um investimento com retorno imediato e também recompensa mensurável a longo prazo. Além de construir com garantia de segurança, uma obra feita sob a orientação de um arquiteto agrega valor ao imóvel”. Segundo pesquisa encomendada pelo mesmo conselho ao Data Folha, 33% das pessoas que fizeram obra não contrataram Arquiteto por falta de dinheiro e 17% acham que poderia ser muito caro ter um profissional contratado para desenvolver sua obra. Mas o mais impressionante é a percepção distorcida sobre o custo do profissional. Os participantes acreditam que um arquiteto custe entre 20% e 40% do valor da obra. Liberte-se dos achismos, a minha dica é que você pesquise e encontre alguém dentro de suas possibilidades.

                   Se tiver um posicionamento que colabore com estes ensinamentos com certeza terá uma reforma muito tranquila e correta, inclusive do ponto de vista financeiro, no presente durante a obra e também no futuro numa possível venda do imóvel. A lição que piso e repiso é simples e até parece boba, mas na prática é importante e fundamental, inclusive para sua saúde.

                  E então? "Bora" transformar a sua casa em um lar?